sábado, 22 de fevereiro de 2020

Victor Davila: Um Adolescente de Nova Russas de 15 Anos Que Aprendeu a Arte de Fazer e Confeitar Bolos, Sonha Em Ser Um Grande Chefe Através da Gastronomia.

Estudante, Representante de Movimento Juvenil, Catequista e Confeiteiro, Um Adolescente Que Escolheu Trilhar o Seu Próprio Destino Com Muita Dedicação e Trabalho.

Victor Davila o Pequeno Grande Confeiteiro

Contrariar todos os princípios e normas do Estatuto da Criança e do Adolescente que em seu artigo 60 diz: é proibido todo tipo de trabalho a menores de 14 anos salvos na condição de jovem aprendiz, foi o que fez o adolescente Victor Davila, contrariou não só as regras da lei de proteção a criança e o adolescente mas também contrariou a sua avó que não gostava da ideia do neto trabalhar diariamente.

Criado desde recém  nascido por sua avó Dona Fátima, no qual a chama de mãe. No mesmo domicílio residem sua avó ele sua genitora Misley e seus dois irmãos. Com prazer a mãe avó de Victor relata um pouco sobre o adolescente, diz que ele é muito teimoso, determinado e responsável. 

Victor de Coroinha na Igreja Católica
Aos 12 anos Victor começou a trabalhar com uma madrinha, ajudando na confecção e na entrega de bolos, com essa experiência aprendeu o ofício e após mais de 03 anos ajudando a madrinha, resolveu andar com as próprias pernas, começando a fazer seu próprio nome e seus próprios bolos. 

Há mais de 01 mês começou a empreender no seu próprio negócio e está superando os desafios diários de trabalhar, estudar, ajudar na igreja católica e na comunidade.

Victor é querido por todos,mesmo com essa responsabilidade escolhida por ele, estuda e está cursando o 9º Ano do ensino Fundamental, participa ativamente de movimentos estudantis, ajuda na igreja católica dando catequismo para crianças. 
A avó do adolescente Dona Fátima relata que o neto não tem amigos que o convidam para sair e ela fica feliz e despreocupada com isso, pois se fosse um adolescente que gostasse de sair ela não dormiria de preocupação.

O jovem diz que a única amiga que ele considera mesmo uma grande amiga é Rosa Marinho, uma pessoa muito especial que orgulha-se de poder contar com essa amizade,  pois ela o ajudou muito a ser a pessoa que ele é hoje.

Para fazer os seus próprios bolos Victor enfrenta muitas dificuldades, os recursos que ele tem ainda são mínimos, mas esse jovem não se entrega as críticas e nem as dificuldades pois o apoio e ajuda daqueles que acreditam nele o fazem seguir em frente. 

Victor e sua grande amiga
Helena Marinh
Para dar conta das encomendas diárias de 04 bolos de aniversários e 06 de lanches ele conta com uma batedeira, a ajuda da sua avó que fica responsável de colocar para assar enquanto está na escola, da sua tia Shirley e do esposo Ildo para fazerem as entregas.

A falta de uma impressora e de um computador para imprimir suas artes nas plaquinhas de enfeite são suas maiores dificuldades, mas conta com a ajuda de uma grande amiga que também trabalha com bolos confeitados, Kelly Soares disponibiliza seus recursos para o jovem, mesmo sendo um potencial concorrente a amiga o apoia e mostra para outros que o sol nasceu para todos, e que Victor merece seu lugar ao sol.
Cake do Victor


Victor conta ainda com o apoio e ajuda do pessoal do fórum que sempre estão solicitando os seus bolos, como a tia Josineire, Rita Maria e todos que em um dado momento foram muito importantes para que ele realizasse o sonho que guardava no seu coração desde quando começou a entender que uma criança tinha mãe e PAI.

A decisão e escolha desse adolescente em trabalhar são feitas por ele mesmo, ninguém o obriga, não existe nenhuma relação de exploração por parte da família, pois mesmo com pouquíssima idade Victor idealiza alçar vôos maiores como estudar e fazer faculdade de gastronomia, tornar-se talvez e  possivelmente conseguirá em um dos maiores confeiteiros da região, pois o que não lhe falta é guarra, determinação e muitos sonhos somados com muita fé naquele que ele segue e considera o senhor de todas as coisas, DEUS.

Victor Davila Viveu Um Drama Pessoal e Somente com 15 Anos é Reconhecido Como Filho Por seu Genitor.
Victor, a avó paterna e seu pai Reinaldo

Esse garoto forte e determinado tem uma história pessoal que esperou anos para ser resolvida, desde muito pequeno sonhava em conhecer seu pai, cresceu com um sentimento de que faltava algo, sua mãe não gostava de falar sobre o assunto, mas ouviu  burburinhos ao longo de sua vida quem era seu pai.

Em 2018 foi fazer uma entrega de bolo de aniversário no fórum da cidade e um dos guardas comentou com ele que era muito parecido com o pai dele, o homem ainda orientou o jovem a buscar por a verdade e ali era o melhor lugar, o fórum. Daquele dia em diante despertou no jovem mais vontade de saber sua origem, buscou todas as informações necessárias e junto com sua avó entrou com um processo de reconhecimento de paternidade.

Em 2019 fizeram o exame de DNA e constatou-se que o que as pessoas murmuraram durante toda a sua vida, que Reinaldo de Morais Pereira era de fato e de verdade o seu pai. Foi perguntado para Victor sobre o sentimento desse reconhecimento para ele, ele respondeu.

" Muita emoção, foi a realização de um sonho". (Victor Davila)

Essa frase dita por o garoto veio carregada de emoção, sua voz ficou um pouco tremula  com os olhos brilhando mais do que o normal ele mostra com essa história que as circunstâncias não são responsáveis por o que fazemos de nossas vidas, e que somente nós mesmo somos responsáveis por nossas escolhas.

Nota da Autora:

Ao decidir trazer a História de Victor muitos questionamentos povoaram meus pensamentos, como profissional talvez eu pudesse ser julgada por ser a favor do trabalho infanto juvenil, essa história não tem nenhuma relação com a tal de romantização do trabalho infantil.

Victor é um menino cheio de sonhos, trabalhou sim desde os 12 anos por opção sua, foi acompanhado por as políticas existentes dentro do município para a proteção de crianças e adolescentes em situação de trabalho, participou de alguns programas é um jovem que sabe e conhece todos os seus direitos e deveres, tem grande influencia em grêmios estudantis, jamais deixou os estudos em segundo plano para trabalhar, então é uma história de um menino que tem como objetivo trazer uma reflexão não para a questão do trabalho, mas para outras situações como escolhas, circunstancias e exemplo.

Apesar de uma vida simples ao lado da avó e da família, viveu até os 15 anos sem ser reconhecido por o pai, e suas escolhas foram completamente diferentes das que conhecemos onde os jovens costumam culpar o que viveram para trilhar por caminhos errados. 

Todas as informações foram dadas por o adolescente autorizadas pela avó Fatima que é responsável pelo neto.

Sol Rocha.



8 comentários:

  1. Lindo ,lindo cada palavra Vc merece sempre lhe vi como um menino guerreiro q Deus lhe abençoe e realize todos os seu sonhos

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  2. Uma história linda e que merece ser copiada. As pessoas devem aprender a copiar as coisas boas, no lugar de voltar o olhar somente as ruins. Trabalhar edifica o homem. É exercício para os vitoriosos. Que muitos Vitos venham a existir ainda. Meu respeito e oração.

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    1. Vamos copiar sim 😉
      Temos que mostrar sempre o Bem e jamais o mal 🙂

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  3. Essa “madrinha” que não é citada o nome é a Chaguinha Silva grande confeiteira, no qual ele aprendeu com ela.. Quem escreveu esse artigo deveria ao menos citar o nome dela ao invés de dizer apenas “ essa pessoa” ��

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    1. Yasmim ninguém está retirando o mérito da pessoa que ensinou o Victór. A expresão pessoa não tem nenhum sentido e objetivo de diminuir ou desprezar a madrinhá dele. Só não foi citada por de repente ela não gostar de ser citada. E com certeza ela e uma grande confeiteira se não fosse não teria saído de lá um jovem tão talentOso quanto ela.

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  4. Sim querida. Eu sei que é a Chaguinha. Só não é citada por o mesmo motivo que vc está fazendo agora. Ela poderia não gostar.

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  5. Menino de ouro!!! Que Jesus o abençoe sempre!!!

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