quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Ana Rocha: A Jovem Novarussense Que Conheceu e Experimentou Todos os Tipos de Drogas, Dá a Volta Por Cima e Torna-se Mãe, Empreendedora e Vencedora.

A História Completa de uma Jovem Que Venceu Os Vícios e Hoje é Mãe de Dois Filhos e Busca Oportunidades Para Vencer ao Lado Dos Filhos e Esposo.

Ana antes vivendo de Farras. Ana Depois com sua Família.

Dizem que o caminho das DROGAS é um caminho sem volta, que quando se escolhe esse atalho dificilmente consegue-se encontrar o caminho de volta para a vida. Muitos jovens escolhem essa vida por diversos motivos, influência de amigos, traumas pessoais, diversão, pobreza  e outros, independente dos motivos que levam crianças, adolescentes e até adultos buscar nas drogas a solução para seus problemas, possivelmente essa não é a solução para resolvê-los e sim a de encontrar problemas muito maiores daqueles que o levaram a essa escolha. Esses problemas, histórias mal resolvidas decepções e a puberdade foram a bomba relógio para que a adolescente de 13 anos conhecesse a solução para aliviar suas dores e seus traumas. 

Ana Beatriz de Carvalho Rocha, mais conhecida como Ana Rocha ou Bibia para outros, conheceu na passagem da puberdade o antídoto para  aliviar os problemas e as dúvidas que a fizeram uma criança ansiosa e uma adolescente rebelde, como por exemplo a ausência e abandono de sua mãe aos oito meses de idade, a falta e o não reconhecimento da figura paterna. Esses e outros motivos como, influências de amigos foram a mão no gatilho para ela experimentar o cigarro o álcool e depois as drogas.

Ana foi criada pela avó que se desdobrou para fazê-la uma criança feliz, não deixando lhe faltar nada e o mais importante dando um amor que pudesse superar a ausência da mãe, o amor de Vó. Teve tudo que uma criança podia ter, roupas boas, mochilas e cadernos que toda menina sonha , teve festas de aniversários, teve atenção e carinho dos tios. Mas para aquela menina branquinha e magrinha aquilo não era suficiente, faltava algo para preencher aquele vazio que se formava no seu coração e ela precisava encontrar as respostas para suas dúvidas e incertezas.

Começou a encontrar alívio para tais sentimentos aos 12 anos, quando começou a sair escondido de sua avó para as festas, começou a beber e fumar, inventando muitas mentiras para a avó para poder sair. A situação complicou para sua avó que decidiu colocar a responsabilidade de uma pré adolescente nas mãos da única responsável por aquela criança menina, e Ana foi morar com sua mãe na cidade do Rio de Janeiro.

Mãe e filha finalmente juntas, seria o início de uma nova história para ambas. Mas uma adolescente rebelde cheia de mágoas, querendo a todo custo culpar sua genitora por seus atos, e mais magoada ainda por mais uma vez ter sido tirada daquela que foi sua referência de mãe, que era sua avó. Na cidade grande começou a estudar e a conhecer as infinitas oportunidades de diversão e curtição que uma metrópole tinha para oferecer, e essas infinitas oportunidades foram a armadilha perfeita para pegar uma presa cheia de vontade de experimentar coisas novas e perigosas.

Em meio aos conflitos que começaram entre mãe e filha uma barreira enorme se ergueu entre elas, uma mãe que precisava trabalhar o dia inteiro e estudar após o trabalho não tinha  tempo para uma filha problemática recém chegada, que precisava urgentemente de atenção, uma responsabilidade de ficar sozinha em casa foi um fardo que a adolescente não conseguiu carregar sozinha, pois os turbilhões de sentimentos em sua cabeça não eram entendidos por sua mãe e ela saía para rua para preencher a falta e ausência de sua mãe que mesmo estando perto não foi possível responder a suas expectativas como ela havia projetado.

Começou a frequentar bailes funk e sua mãe não aceitava suas escolhas, certa vez sua mãe foi buscá-la com um cinto na mão fazendo-a passar vergonha na frente de todos, a raiva e o ódio tomaram conta da situação e Ana revidou as agressões de sua mãe da mesma forma, sua mãe passou mal diante daquela situação sendo levada para o hospital e Ana movida por ressentimentos falou em alto e bom som que a mãe deveria morrer logo, deixando os que estavam presentes revoltados com a atitude daquela filha.

Daí por diante as brigas e conflitos só aumentaram e foram mais de cinco anos essas duas personagens sofrendo sem encontrarem solução para aquilo que as separava, uma culpando a outra por aquele sofrimento. Ana conheceu as Drogas, e nesses cinco anos se afundava cada dia, saía de casa os finais de semana e não retornava mais, ficava de semanas fora de casa sem dar satisfação para sua mãe, fazendo-a sofrer por cada sumiço sem remorso algum, pois o uso exagerado de drogas não a faziam ter nenhum sentimento a não ser o de saciar as suas vontades e poder usar o que quisesse com quem quisesse e onde quisesse.

Conheceu um rapaz nessas suas várias fugidas de casa, aos 15 anos foi morar com ele e juntos usavam todo tipo de drogas. O relacionamento acabou e deixou marcas profundas que com as já existentes transformaram essa menina em um trapo humano, a magreza era visível, a vontade e compulsão do vício a fizeram enveredar para o crime, único meio de conseguir recursos para bancar seus vícios.  

Dentre alguns delitos, principalmente dentro de casa, tirando da sua mãe pequenas quantias e pegando objetos para vender, aos dezesete anos cometeu seu primeiro crime, assalto a mão armada, foi pega junto com um amigo. Aconteceu no dia 03 de janeiro de 2014, sua mãe  há 05 dias tinha dado a luz a seu irmão, e na delegacia como era menor de idade pediram a presença do responsável, como não queria que sua mãe soubesse ela buscou ajuda com amigos que não quiseram ajuda-la, chamaram então sua genitora.

Após os depoimentos ela foi encaminhada para a delegacia de proteção a criança e adolescente para aguardar audiência na vara da infância e da juventude no dia seguinte. Em uma cela com dezenas de outras meninas infratoras aguardou para saber o que iria acontecer com ela, achava que ia cumprir pena apesar de saber que era menor. A audiência aconteceu e quando saiu do elevador para a sala do juiz, a primeira pessoa que viu foi sua mãe pálida e abatida com seu irmãozinho de dias no colo,chorou copiosamente, sentimento que a acometeu por não está sob efeito de drogas.

Após a audiência apesar de ser ré primária foi decidido que ela seria encaminhada para cumprir medidas socioeducativas em meio fechado por 30 dias, e após avaliação da equipe da instituição ela poderia cumprir o resto das medidas em meio aberto. Passou 30 dias encarcerada nessa instituição para meninas infratoras, conheceu histórias parecidas com a sua, muitas meninas estavam ali por conta das drogas, sua mãe a visitava com seu irmãozinho e aqueles momentos parecia que eram o que ela sempre quisera, o amor e atenção de sua mãe,

Quando saiu da detenção prometeu que nunca mais iria usar drogas, que tinha aprendido a lição e que iria estudar e mudar de vida, mas a abstenção e o acesso as drogas falaram mais alto, novamente voltou a fazer uso de entorpecentes e com menos de dois meses cometeu o mesmo delito e mais uma vez foi pega, voltando para a instiuição para cumprir mais 45 dias de reclusão.

Daí por diante o fundo do poço foi a sua morada, totalmente viciada não tinha mais limites, não pensava em nada mais, nada mais lhe importava a não ser conseguir de  drogas para consumir. Passava dias enclausurada em barracos fazendo uso de DROGAS,  passava dias sem dar noticias em casa, não tinha sentimentos não tinha mais vida. Certa vez sua vida ficou por um triz, pegou um moto táxi e foi para favela em busca de drogas, ao chegar lá foi presa em um barraco por os donos da favela acusada de está usando um dos moleques para conseguir drogas, sua sentença foi decretada e foi decidido que ela iria ser colocada no micro ondas( pneus usados para queimar pessoas no tribunal do crime). 

Naquele momento sabia que ia morrer e como quando era criança fez uma oração a DEUS, pedindo mais uma oportunidade, e como milagre Deus ouviu suas preces e a favela foi invadida pelo caveirão ( Veiculo usado pela policia do Rio de Janeiro para entrar nas favelas), e a oportunidade Deus havia lhe dado, a segunda chance que pediu com tanto fervor, conseguiu fugir e nunca mais colocou os pés naquele lugar.

Mesmo diante dessa situação não conseguiu parar, sua mãe decidiu deixar tudo para trás e resolveram voltar para o Ceará, e no dia 23 de abril de 2015 contra sua vontade Ana sua mãe e seu irmãozinho desembarcaram  em sua cidade natal. A solução para salvar sua vida estava na decisão de sua mãe de voltar para Nova Russas.

A vinda para o Ceará não foi de imediato a solução dos problemas, Ana Rocha continuou sua vida de vícios em uma cidade pequena, em que era conhecida, não se importando com o que as pessoas falavam, buscando amizades que só cooperavam para alimentar aquela vida de destruição. Conheceu o CRACK na sua cidade de origem, e o único meio que encontrara para suprir suas necessidades era prostituindo-se. Certa vez pegou o cartão de sua mãe e pegou todo dinheiro que ela tinha na conta que era a pensão enviada pelo pai do seu irmão e usou todo com Drogas.

Em meio as crises de abstinência, Ana tentou o suicídio por duas vezes, a primeira vez encontrou a oportunidade em um prédio abandonado na cidade e foi salva por um conhecido que a tirou já pendurada debatendo-se, mais uma vez Deus mostra que não é chegada a hora e livra-a de uma morte prematura. A outra vez que tentou contra a própria vida foi em sua casa, quando chegou de madrugada e após brigar com sua mãe, ela amarrou um lençol no telhado, mas o nó desfez-se não sendo possível concluir com seus planos.

Ana Rocha conheceu seu atual esposo e juntos curtiram a vida , engravidou, em meio a crises e brigas resolveram morar juntos, após o nascimento de seu pequeno e frágil Abraão, filho esse concebido em meio ao uso desenfreado de Crack. Mesmo com uma criança no ventre Ana não se importava com o que se formava dentro de si, e até o dia do nascimento esse bebê recebeu em suas veias o que sua mãe consumia do pior que um feto podia receber .

José Abraão nesceu frágil e sem forças, com o seu nascimento nasceu no coração de sua mãe endurecido pelos vícios e obscurecidos pelas cinzas do crack o sentimento mais lindo e limpo que é o AMOR de mãe. A fragilidade de seu filho em uma emcubadora a fizeram arrepender-se de todo mal que submeteu aquele serzinho indefeso. E foi a partir dai que a verdadeira mudança tomou forma na vida dessa menina que se transformara em mãe. A mudança foi gradativa com algumas quedas e recaídas, que foram necessárias para que ela tivesse certeza que aquilo não era mais o que ela queria para sua vida.

Ana Rocha, Hoje...

Casada com José Carlos Moreira um personagem importante para a transformação de vida dessa jovem mãe, homem esse que passou ao lado dela os melhores e piores momentos da vida. 

Hoje Ana Rocha batalha buscando melhorar sua vida traçando metas para proporcionar um futuro melhor a seus dois filhos, a pequena Ana Lia, sua princesinha que veio completar a felicidade e despertar nela o dom de ser mãe, e o lindo e agitado José Abraão seus tesouros.

Juntamente com esse despertar do dom de ser mãe, nasceu uma mulher guerreira que corre atrás do pão do dia a dia, que ajuda o esposo, que não tem vergonha de ir em busca daquilo que deseja. O instinto de sobrevivência e mãe leoa está enraizado nessa nova mulher que nasceu das cinzas.

Ana está sempre buscando conhecimento, fez cursos e sonha em ter seu próprio negócio, está se especializando na área da beleza, fez curso de maquiagem, cabelereiro e faz atendimento a domicílio, uma historia de vida que graças aqueles que lutaram por ela, como família amigos e irmãos da igreja na qual congrega foi possível reconstruir sua história, restaurar os cacos deixados por um passado de destruição, refazer aquilo que tanto sonhou TER UMA VERDADEIRA FAMÍLIA.

TESTEMUNHO DE ANA ROCHA.

Meu testemunho de vida, sei que é grande e demorado para lê, mais foi muitas coisas que eu vivi em minha vida e escrevi . Espero que gostem ! 

Meu nome é Ana Beatriz tenho 23 anos, sou uma dependente química em tratamento. Bom gostaria de contar um pouco da minha vida com as drogas. Fui usuária de drogas por 07 anos. 

Tudo começou quando eu fui morar no Rio de Janeiro aos 13 anos. Eu tinha uma vida muito boa, tinha de tudo, nunca me faltou nada, eu era uma menina muito mimada, tudo que eu queria eu tinha. Tudo começou quando eu fui morar com minha mãe no Rio de Janeiro.

Eu e minha mãe nunca tivemos um amor de mãe para filha. Quando eu tinha 8 meses de vida, minha mãe para me dá uma vida melhor me deixou em Nova Russas e foi para o Rio de Janeiro para trabalhar e poder me dá uma vida boa. Isso fez com que eu não a considerasse como uma mãe, pois quem me criou, me educou e me amou, foi minha vó, que hoje eu chamo ela de mãe. 

Eu sempre viajava ao Rio para visitar minha mãe, até que chegou um tempo em que ela decidiu me criar, aos 13 anos fui morar com ela, mais eu não o respeitava, eu não ouvia, eu fazia tudo o que me dava na teia. 

Quando cheguei ao Rio, conheci pessoas mais experientes do que eu, tive amizades que me levaram a conhecer o mundo das drogas, foi aí que tudo começou. 

Comecei fumando um cigarro normal, eu saia de casa escondida, ia para os bailes, quando teve um dia que uma criança de 9 anos me ofereceu meu primeiro cigarro de maconha, eu achava aquilo tudo normal, pensei que fosse onda, fumar um cigarro de maconha, eu já me via uma pessoa adulta fazendo o uso daquela droga.

Depois comecei a usar o lóló, o conhecido cheirinho da lóló. Então eu me sentia mais independente de mim mesma, tive muitas brigas, muitas discussões com minha mãe, quando ela descobriu que eu estava usando drogas. 

Mais eu não queria que ela se metesse na minha vida, eu falava pra ela que ela não era minha mãe, pois não foi ela que me criou então eu não dava respeito a ela. 

Depois de muitas brigas e lutas, ela foi desistindo de lutar contra mim, pois via que eu não tinha jeito. 

Conheci um traficante chefe de um morro no Catete e comecei a me relacionar com ele, e depois disso eu sai de casa para morar com ele, ele era usuário de ziré (Maconha com crack)

Passei 1 ano com ele, usando todo tipo de droga, fumava ziré, usava lóló, cheirava pó e fumava maconha, isso era todos os dias, não tinha um dia que eu não usasse a droga. 
Me separei dele, voltei a morar com minha mãe, e assim que fui morar com ela, eu não usava mais o ziré, eu não sentia falta daquela droga, pois tinha a lóló que todos os dia eu usava, e o pó, isso me contentava a não usar o crack.

Depois que me separei desse cara, comecei a frequentar uma praça que fica em Bonsucesso e lá conheci mais pessoas, umas usavam pó, outros só fumava maconha e assim por diante. E lá conhecia uma outra pessoa que comecei a me relacionar, fumávamos maconha usava lóló, e ele roubava as pessoas na rua, até que teve um dia em que ele me chamou para ir com ele, e eu achando aquilo mô barato, mô onda eu fui, ele falava que eu só precisava ficar sentada na moto, eu não fazia nada, até então era ele que abordava as pessoas. Até que um dia a casa caiu, como sempre cai, rodamos (Fomos Preso), como eu era de menor, fui para uma detenção de menores infratores, lá eu passei 4 meses presa, e como o cara que foi preso comigo ele era de maior, ele foi para uma prisão e respondeu por vários crimes, furtos, 157(Roubo a mão armada) Indução de menor (Por eu está no momento com ele praticando os furtos) e outros. 

Eu sai da detenção comecei a fazer medidas socioeducativa (PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE: Realização de tarefas gratuitas por meio de entidades assistenciais por, no máximo, seis meses.) E o juiz decretou uma LIBERDADE ASSISTIDA ( Acompanhamento e orientação ao adolescente por meio de programa social. O prazo mínimo é de seis meses, podendo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida. O serviço deve promover socialmente o adolescente e sua família, supervisionar o aproveitamento escolar e encaminhá-lo ao mercado de trabalho. 

Em Joinville, a medida é cumprida no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Lá, os adolescentes recebem orientação de psicólogo, assistente social e educador.)
Comecei a frequentar, psicólogos, psiquiatras, casa de apoio. Mais não deixei de usar a droga.

Quase morri numa favela no Rio, eu era muito conhecida nessa favela, ate q um bandido me ligou me chamando para curti na favela, mais na verdade eu ia era morrer. Tudo porque um dos bandidos era a fim de mim, eu nunca fiquei com ele, apenas o fazia de otário, enrolava ele , e ele sempre me dava droga. Ate que então chegando lá, me levaram a um quarto, me agrediram um deles, e me falaram que eu iria morre, que iriam me queimar viva nos pneu, eu comecei a chorar a me desesperar, os cara estavam apenas esperando a ordem do chefe,  fooi quando lembrei de Deus, comecei a orar e clamar por Deus, quando eu abro meus olhos, todos os bandidos vem correndo, mandando geral meter o pé, pois 4 caveira do BOPE estavam entrando na favela, e essa foi a hora de sair correndo meter o pe daquele lugar. Eu tenho certeza que DEUS me ouviu. Minha primeira libertação foi ai. Pois quase eu morri, mais n era minha hora, eu ainda tinha muito que viver e quebrar a cara com a vida, para um dia aprender. 

Quando sai da favela voltei para praça para usar drogas e foi dai que comecei a pegar firme no pó, cheirava todo dia, passava noite e noite virada se drogando, fui com um colega roubar de novo, para termos dinheiro para consegui o pó, paramos um taxi, inventamos que eramos um casal, dissemos que queiramos ir a tal ponto e assim o taxista fez, deixou nos em uma rua escura e foi ai que abordamos o taxista e dissemos que era um assalto, mais o taxista resistiu, o cara que estava comigo saiu correndo e eu também, quando eu cheguei a Avenida Brasil e ia atravessa a passarela para uma favela, os canas me renderam, fui presa novamente, e dessa vez passei mais tempo 6 meses na mesma casa de detenção que fiquei na ultima vez, passando esses 6 meses, quando eu sai, minha mãe decidiu sair do Rio de Janeiro, pois já não aguentava mais aquela vida. 
E isso já tinha se passado 4 anos que eu usava a droga constantemente. 

Até que chegou um dia em que minha mãe não aguentando mais me vê naquele estado, ela decidiu voltar para o Ceará, pois ela pensava que aqui não teria drogas como tem no Rio, então ela achava que seria fácil de eu me livrar das drogas. 
Quando chegamos em Nova Russas no dia 22 de abril de 2014 , eu ainda fazia uso da maconha, então eu falava só uso maconha, eu achava que tirava onda, eu tinha 18 anos, novinha, tinha me recuperado um pouco da droga, estava bonitinha, tinha uma moto, comecei a sair pros forro a beber constantemente, a fumar muita maconha. 
Eu achava que eu necessitava da maconha, para dormi, para comer para me acalma, eu sempre falava eu nunca vou deixar de fumar maconha, afinal isso não faz mal é apenas uma erva não legalizada. Até que então revi uma colega minha de infância (Não irei comentar o nome dela)

E ela era usuária de crack, quando eu bati de frente com ela, ela me pedia para que levasse ela num lugar e que ela me daria um trocado, tipo pela corrida e assim eu fiz. Levei ela a tal ponto, esperei e trouxe de voltar ao lugar de origem e ela me deu um trocado para a gasolina, praticamente eu tinha me tornado um aviãozin. Praticamente isso acontecia umas 6 vezes no dia, eu levava ela, ela me dava dinheiro ou maconha, pois sabia que eu usava a maconha e assim foi. 
Quando teve um dia, ela sozinha usando a pedra dela eu pedi para experimentar e foi ai que o pior aconteceu, fumei o crack pela primeira vez na lata, e quando eu usei a primeira vez eu quis mais, e fumei com ela todas as pedras de crack que ela tinha, não eram poucas, eram muitas, e quando acabou eu queria mais. Que fique claro, ela não foi a culpada de eu ter usado o crack, eu usei porque quiz. E assim fomos para a rua atrás de mais. Como eu era novata nisso ela se encarregava de arruma o dinheiro para comprarmos a droga. Minha mãe não desconfiava que eu tinha usado o crack. Assim se passando 2 meses, não demorou muito para falarem para ela que eu andava em más companhia. E ela percebendo que eu chegava em casa de madrugada ou ate mesmo de manhã, sem sono sem fome, só chegava em casa tomava banho e voltava pra rua, e isso eu ainda tinha a moto, quando a ficha dela caiu e ela percebeu que eu estava usando o crack, automaticamente minha vó me tomou a moto, mais eu não deixei de usar o crack. 

Se passando 6 meses que eu usava a droga, eu já não achava a droga fácil. Comecei ganhar dinheiro fácil, comecei a me prostituir para conseguir o dinheiro para usar a droga, até que então conheci um cara que me vendo naquele estado, e me conheci pelas redes sociais ele me parou e falou. “Cara você era tão linda, porque está se destruindo assim? Sai disso você consegui” (Meu Atual Marido)
Fui sai com ele, ele me pagou usei a droga, e dormi com ele. E ele me tratava diferente, me tratava de uma forma que nem outro homem me tratou, apesar de saber dos meus defeitos da minha vida, ele me via diferente. Começamos a nos conhecer, a nos relacionar, mais eu não deixava de usar o crack, para ele não vê eu me prostituindo ele começou a bancar meu vicio e foi tudo que eu queria, não precisava mais me prostituir para consegui a droga, pois achei uma pessoas que me bancasse daquilo, mais quando a ficha dele caiu e viu que aquilo não era vida pra mim e nem pra ele, minha mãe decidiu me interna numa clinica de recuperação, então eu aceitei, pois ele falava que iria me esperar, que queria que eu saísse dessa e pudéssemos viver uma vida normal , como um casal. 

Passei 4 meses na clinica em Fortaleza, isso foi em dezembro de 2015, e eu sai de la em abril de 2016. 
sai de lá quando cheguei a Nova Russas, voltei com ele, ficamos juntos e pra mim não procurar o crack eu falava pra ele que precisava, necessitava da maconha para não ir atrás do crack, e assim ele fez, começou a fazer meus gosto, comprava a maconha todos os dias para mim, para que eu não precisasse ir atrás de outras drogas. E passei 3 meses, sem procurar o crack, ate que eu dei uma escapulida. 

Falava pro meu esposo que ia pra casa da minha mae, mais no final eu ia era pra rua atrás do crack. Isso já no final de julho de 2016. 
No começo de Agosto de 2016 eu descobri que eu estava gravida. E tentei dá uma manerada nas drogas, mais sem êxito. Voltamos a ficar juntos, continue na maconha, e quando a gente brigava eu sempre voltava para rua para procurar o crack, para me distrair com aquilo.  

E assim foi passando o tempo. Eu grávida, continuei me drogando, me prostituindo. 
Tentei suicídio 2 vezes, primeira vez foi num galpão lá no centro, botei uma corda no pescoço e pulei da cadeira, mais apareceu o pai de uma amiga minha que me salvou. A segunda vez já foi na casa da minha mae, botei de novo uma corda no pescoço mais minha mãe acordou e me salvou.

Eu estava tentando suicidio pois n estava mais conseguindo a droga, como eu conseguia antes. Minha mãe foi atrás de novo de uma internação, e eu gravida fui pela segunda vez , para uma clinica de recuperação. Mais nessa segunda vez passei pouco tempo, passei apenas 15 dias, pois lá eles não aceitam gestantes.
Sai da clinica no final do ano de 2016, voltei a mesma vida de antes. Usar o crack e a maconha constantemente. Quando chegou em fevereiro do ano de 2017 eu com 7 meses de gestação, faltando poucos dias para completar os 8 meses, comecei a sentir dores, naquele momento meu filho estava prestes a vim ao mundo. 
Meu filho nasceu de 7 meses, tudo culpa minha, por não ter amado ele quando ele estava em meu ventre. 
Quando meu filho nasceu ele não precisou ficar em incubadora, apenas ficou de observação tomando antibióticos. Meu filho nasceu com 1,300 .

O medico falou para mim que eu teria que passar 3 meses naquela maternidade. Fiquei numa casa de apoio da santa casa de Sobral. Todos os dias eu via meu filho, se passando 15 dias naquela maternidade, eu fui ve meu filho, e suas mãos, seus braços, suas pernas, seus pés todo roxinho por causa das furadas das agulhas para fazer exames, para tomar os antibióticos na veia, como ele era muito pequeno suas veias não apareciam muito, era difícil de encontrar por isso furavam ele em todo seu corpo, quando eu vi meu filho naquele estado, comecei a chorar, de desgosto de mim mesma, pois eu sabia que o que ele estava passando era tudo culpa minha. Eu segurei meu filho, chorando eu comecei a orar, comecei a clamar a DEUS, pedir desculpa pro meu filho por eu não ter amado ele quando ele estava em meu ventre, clamei a DEUS, se DEUS me amasse e estivesse comigo naquela hora, que ele curasse meu filho e tirasse meu filho da maternidade em menos de 15 dias, eu nunca mais botaria se quer nenhuma droga e na minha boca, e assim que eu saísse da maternidade voltaria para a igreja, e assim se cumpriu. Quando se passou mais 13 dias recebi alta fui para casa.

Com tudo passei 28 dias na maternidade da santa casa, pra quem iria passar 3 meses, em menos de 1 mês eu sai. Se passando 15 dias em casa fui a igreja a agradecer a DEUS pela vida do meu filho, pela minha vida, por tudo que ele fez e faz na minha vida. 

Com 2 meses apresentei meu filho ao SENHOR. Continuo firme nos caminhos do SENHOR, hoje  eu não saio mais, não bebo, não uso drogas, não sinto falta, não sinto nenhuma crise de abstinência, graças a meu bom DEUS que me deu força para superar os problemas da vida, eu pensava que eu nunca fosse sair daquela vida, eu muitas vezes tentei suicídio contra minha própria vida,  pois eu achava que não teria mais jeito pra mim, mais nada pra DEUS é impossível.
Vocês acham que eu me arrependo do que eu fiz do que eu vivi do que passei, eu não me arrependo completamente de nada, pois se eu não tivesse vivido essa vida, passado por essas tribulações na minha vida, eu não teria tido meu filho, eu não teria voltado a igreja eu não teria se reconciliado com DEUS e com minha família. Eu apenas agradeço a DEUS todos os dias pela vida do meu filho, pela vida da minha família e pela minha. Hoje eu sou uma nova criatura, eu renasci de novo, pra honra e gloria do Senhor tenho 8 meses que estou limpa, completamente limpa, des que comecei a sentir as dores do parto ate hoje não coloquei nenhuma droga em minha boca, não bebi nenhum álcool se quer. DEUS me libertou, DEUS me deu o Dom de ser mãe para eu poder renascer, pois eu já estava no fundo do poço, eu pensava que na minha vida não teria mais jeito eu queria morre para sair daquilo, mais DEUS não deixou o inimigo prevalecer sobre a minha vida, ele decretou vitória na minha vida e me fez uma vitoriosa, e hoje com meu testemunho, quero poder contar para o mundo, para aqueles que precisam saber que DEUS existe e que apesar de tudo ele nos ama, ele morreu na cruz por nós e nunca nos abandonou e nunca nos esqueceu, pra tudo na vida tem um jeito, tudo tem um começo e um fim. 

E eu decreto vitória sobre a minha vida, hoje sou feliz, sou mãe, sou mulher, vivo numa vida normal, hoje moro com meu marido e meu filho, todos me amam, e minha família nunca deixou de me amar, e nunca perderam a fé que um dia eu saísse daquela. E hoje eu sou prova viva de que DEUS existe e ele nunca desistiu de mim.
Pois isso eu digo, o mundo das drogas é um caminho sem volta. Com muita luta e muita sofrencia eu sai, mais sera que vc consegui?
Hoje eu sou uma dependente química em tratamento, não estou totalmente curada, pois um usuário de droga, é uma doença, ela pode passa , mais um dia ela pode voltar.
E como nos falamos na pastoral da sobriedade, "Só por hoje graças a DEUS"

Temos que agradecer a deus só por o dia que vc conseguiu ficar sóbria. Pois cada dia é uma luta é uma batalha, e todo dia estamos preparado para matar este dragão.

Diga não a droga, pois é um mundo sem volta..

Escrito e Enviado Por Ana Rocha.

NOTA DA AUTORA:
Sol Rocha e Ana Rocha

Hoje a História contada tem um que especial, pois eu também faço parte dessa história. Eu Sol Rocha sou essa mãe que de forma errada não soube entender o que se passava com sua filha, eu briguei eu xinguei eu não queria aceitar ela envolvida nos vícios. Eu não entendia que aquilo era mais forte que ela. 

Hoje fazendo essa história muitas lembranças vieram a tona e tive que parar algumas vezes para limpar as lágrimas. Mas hoje as lágrimas são de gratidão a DEUS, por tudo que passamos e hoje estarmos aqui para contar e para ajudar famílias e pessoas que passam por esse mesmo processo.

Hoje estamos erguidas, restauradas e felizes, cada uma vivendo a sua história mas caminhando juntas, claro que temos nossos desentendimentos mais nada que uma não pare e dê tempo a outra para pensar e acertarem-se sem grandes prejuízos.

Agradeço imensamente a DEUS por tudo que ele fez em nossas vidas, não existe explicação para tudo isso a não ser a mão de DEUS trabalhando para que isso tudo fosse possível.

Sol Rocha. 

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