quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Lampião, Literatura de Cordel a Cultura e História do Nordeste Brilhando e Sendo Campeão no Enredo da Imperatriz Leopoldinense.

Vírgulino Ferreira da Silva  o Temível Lampião Foi Responsável Por Tirar o Jejum de 22 Anos da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. 



Quem já não ouviu falar nesse imenso Brasil do canguaceiro Lampião, que levou e elevou o nome do Nordeste para a história e posteriormente para a cultura nordestina seja por meio das histórias contadas pelos versos dos cordeis de autores que contaram e cantaram lampião em prosas e versos na versão da literatura de cordel, um dos gêneros esquecidos na era da modernidade, mas que foram lembrados pela bela homenagem feita pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense e que foi campeã do Carnaval do grupo especial das escolas de sambas em 2023.

A filha de Lampião de 95 anos Expedita Ferreira  foi um dos destaques no último carro alegórico que trouxe o rosto de lampião

E como tudo que envolve o nordeste, a história do rei do cangaço é de encantar aqueles que conhecem e apreciam a cultura nordestina nos tempos que Virgulino era amado e odiado. E a Imperatriz Leopoldinense contou a história de como Lampião foi recebido no ceú e no inferno, ou melhor de como ele não foi recebido, fato esse relatado nos folhetos de autores como José Pacheco " A chegada de Lampião no Inferno".

Um cabra de Lampião 
De nome Pilão Deitado 
Que morreu numa trincheira
 Num certo tempo passado
 Agora pelo sertão
 Anda correndo visão
 Fazendo mal-assombrado 

E foi quem trouxe a notícia 
Que viu Lampião chegar 
O inferno nesse dia 
Faltou pouco pra virar 
Incendiou-se o mercado
 Morreu tanto cão queimado
 Que faz gosto inté contar.
(José Pacheco)

A chegada de Lampião no inferno, de José Pacheco, já ultrapassou em muito a marca de um milhão de exemplares vendidos. Nele, a notícia trazida pela alma penada de um cangaceiro, certo Pilão Deitado, dá conta da confusão dos diabos (sem trocadilhos) provocada pelo Capitão recém-chegado às profundas.

E como continua relatando a literatura cordelista  de Guipuan Vieira que conta a história de Virgulino que  também esteve em solo santo proseando com São Pedro em " A Chegada de Lampião no Céu".




Foi numa Semana Santa

Tava o céu em oração

São Pedro estava na porta

Refazendo anotação

Daqueles santos faltosos

Quando chegou Lampião.

 

Pedro pulou da cadeira

Do susto que recebeu

Puxou as cordas do sino

Bem forte nele bateu

Uma legião de santos

Ao seu lado apareceu.

 

São Jorge chegou na frente

Com sua lança afiada

Lampião baixou os óculos

Vendo aquilo deu risada

Pedro disse: Jorge expulse

Ele da santa morada.

(Guipuan Vieira)

Se Lampião ficou no Céu ou no inferno não tem como saber, mas que na terra ele deixou histórias algumas macabras de um bandido sanguinário, mas também de um homem que conseguia ajudar os menos favorecidos dando ao povo um alento em uma terra castigada pela seca e pela miséria. Recusado no céu e no inferno ele veio desfilar na Imperatriz Leopodinense e deixou as outras escolas com sua exuberância e luxo literalmente no chinelo, de preferência no chinelo de couro.

Sol Rocha

Fonte:
https://www.acervosvirtuais.com.br/layout/centroculturaldigital/item-texto.php
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA8_ID5629_02072019202032.pdf

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