quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Professores & Professores: Uma Reflexão Crítica Sobre Ser Professor: Por Silvana Mendes, Professora Experiente 37 Anos de Docência, Acadêmica da Academia Novarussense de Letras.

                                                                  Professores & Professores


Conversando cá com meus botões, constatei que, ao longo de 37 anos trabalhando na educação, ora como professora (o maior número de anos), ora como diretora, ora como coordenadora de projetos, ora como Secretária, deparei-me com diversos tipos de docentes. Tinha aquele que tinha compromisso mas não tinha competência. Sempre assíduo, pontual, organizado e presente em tudo, não tinha a habilitação necessária da docência, nem grandes conhecimentos dos conteúdos ministrados. Procurava ser amigo, simpático e permissivo com seus alunos, para ser o "querido" das turmas.

Tinha aquele que tinha competência, mas não tinha compromisso. Respirava conhecimento e técnicas de ensino. Quando se fazia presente. 

Tinha aquele que nem tinha compromisso e nem competência. Ali não era, definitivamente, seu lugar.

E, finalmente, Tinha aquele que tinha competência e compromisso. 

Em minha reflexão de hoje, vou deter-me nesses dois últimos. 

O que leva alguém a ser professor, sem amor, sem compromisso e sem competência?

"As contingências da vida, a necessidade da sobrevivência". Escutei muito isso ao longo de minha carreira de professora formadora de docentes.

Como ficar em uma sala de aula, dia após dia, sentada em seu birô, olhando seu celular, enquanto os alunos copiam do quadro ou do livro, lições intermináveis? Professores que não dão a mínima para produzir uma aula criativa e instigante? Que taxam o colega de "Caxias" e puxa-saco quando este produz material didático criativo, quando é comprometido? Que colecionam atestados médicos como se coleciona tampa de refrigerante? Que dormem em formações? E, pior, acham que aquilo tudo é bobagem? Nem fazem, ainda tentam desestimular quem faz. E detalhe: trabalham na escola privada, ganhando bem menos e lá, sim, entregam seu coração e disponibilidade (nem que seja à força). Não dá pra compreender. Presenciei muito isso quando de meu trabalho na rede estadual e municipal de educação. Afirmo que, mesmo entrando na profissão por necessidade, o professor tem obrigação de saber ser, de cuidar bem do seu fazer docente e de abraçá-la com responsabilidade.

Tenho plena consciência das dificuldades por que passamos, nós, docentes. Mal remunerados e desvalorizados. Trabalhando com alunos com pouca ou nenhuma assistência familiar. Sei bem como é. É um desalento!

Mas, diante de toda essa dificuldade, o que faz um professor nunca faltar ao seu trabalho, ser um dos primeiros que chegam à escola, que produzem belos materiais didáticos com seu próprio dinheiro, que pesquisam filmes, recursos visuais para enriquecer suas aulas? 

Que sempre presente, preocupam-se se seus alunos estão realmente tendo uma aprendizagem significativa, que procuram diálogo com os difíceis pais, em busca de soluções para as dificuldades? Que preocupam-se em zelar seu nome profissional, porque sabem que esse nome extrapola os muros da escola. Melhor, para sua satisfação pessoal? Esse, eu também encontrei quando de meu trabalho nas duas esferas públicas de educação. 

Uma linha tênue separa esses dois professores.

Creio que essa linha tênue, tem 04 nomes: amor, prazer, determinação, consciência. 

Esse último professor, tem amor pela profissão que escolheu, pelo conhecimento, por seus alunos. E como tem amor, exerce sua profissão com prazer, sem dar ouvidos aos que procuram lhe desestimular. Para completar, tem uma enooooorme dose de consciência da importância da sua função na sociedade. Sabe quão seu trabalho é imprescindível, para levar as crianças e adolescentes a sonharem com uma vida mais justa e de qualidade.

E com determinação, continua, incansável, sabendo que o resultado de seu amor, de seu prazer, de sua consciência e determinação, extrapolam os muros da escola. 

E quando, os alunos já crescidos, lhe encontram e dizem: muito obrigado!, aí reside a sua realização. 

E mesmo que não digam. 

Nós sabemos.

Parabéns a todos os professores novarussenses em especial, aos que REALMENTE FAZEM A DIFERENÇA NA VIDA DE SEUS ALUNOS!!!

Foram 37 anos!! Muito ORGULHO EM SER PROFESSORA!!!

Autora: Silvana Mendes de Melo Carvalho 

Quem é Silvana Mendes de Melo Carvalho. 

Crateuense e cidadã Novarussense, filha de João Carlos de Pinho Melo e Maria Timbó Mendes de Pinho a mais nova de 04 irmãos, casada, com Francisco Wellington Marques Carvalho, tendo como filha Monique.

Professora de Educação Infantil, professora de Fundamental I e II, professora formadora de professores, com Didática Geral e Prática de Ensino, no Curso Pedagógico. 

Atuou como Diretora Geral da Escola Monsenhor Leitão, eleita, em 1995 para o primeiro mandato na Gestão Democrática, do Ceará, reeleita para o segundo mandato. Regente de Multimeios e Coordenadora do LEI (Laboratório de Informática) do Colégio Joaquim Nogueira, em Fortaleza, por 5 anos. Professora Multiplicadora de cursos para professores, da Seduc-Ce. Professora universitária durante 10 anos, incluindo UVA, IVA, INTEM, e UECE. Coordenadora de Projetos Literários do Centro Educacional João de La Salles. Colunista do jornal Gazeta do Centro Oeste, por 2 anos. Autora de algumas poesias, crônicas e artigos. Secretária de Educação de Nova Russas, culminando como Acadêmica da Academia Novarussense de Letras.

Quantas crianças e adolescentes, fizeram parte da vida de Silvana? Quantos professores, ela contribuiu para com sua formação docente? quantas pessoas ela conseguiu incentivar e encantar muitos, para a profissao? Uma trajetória difícil segundo ela, mas prazerosa e compensadora!



Um comentário:

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